quinta-feira, 7 de junho de 2018

Discriminação contra cidadãos de origem palestina nos países árabes

Kuwait: expulsão de 400 mil pessoas

Em 1991, após a Organização para a Libertação da Palestina ter decidido apoiar a ocupação iraquiana (agosto de 1990 - fevereiro de 1991), o governo do Kuwait, em retaliação, expulsou a maioria de seus de residentes de origem palestina. A maior parte dos expulsos residia no Kuwait há décadas e não era favorável a mudança de lado da OLP, mas isso não fez nenhuma diferença.

A partir de setembro de 1991, cerca de 200.000 palestinos foram expulsos do emirado em uma campanha sistemática de terror, violência e pressão econômica, enquanto outros 200.000 que fugiram durante a ocupação do Iraque tiveram seu retorno negados. Em setembro de 1991, a comunidade palestina do Kuwait tinha diminuído para cerca de 20.000.

   Limpeza étnica:                                     :التطهير العرقي

بعد انتهاء حرب الخليج عام 1991 , تناقص حجم الفلسطينيين في الكويت من جالية نشيطة وناجحة تعد بأكثر من 450,000 إلى أقل من 30,000 في عام 1998. فقد أجبرهم الكويتيون على الرحيل عن البلاد مستخدمين ضدهم حملة تطهير عرقية عنيفة ومنظمة. وكانت ذريعتهم في ذلك أن القيادة الفلسطينية قدمت المساندة للعراق أثناء الأزمة.
"Após a Guerra do Golfo, em 1991, os palestinos no Kuwait foram reduzidos de uma próspera comunidade de imigrantes de mais de 400 mil pessoas para menos de 30.000 em 1998. Os kuwaitianos os forçaram a deixar o país após uma sistemática e violenta campanha de limpeza étnica. O apoio oficial da liderança palestina em favor do Iraque durante a crise foi usado como uma desculpa para essa campanha."

وقد بدأت الفظائع الكويتية ضد الفلسطينيين أثناء الأزمة وقبل الحرب, أي في عام 1990 , ولكنها تصاعدت بحدة مباشرة بعد الحرب ابتداء من 28 فبراير/ شباط 1991 ولعدة أشهر تلت. وقد استفادت الحملة الإرهابية الكويتية من صمت الصحافة العربية والعالمية إزاءها, بسبب الرقابة الرسمية في دول التحالف والانشغال بتغطية نشوة النصر.
وقد كان ذلك موقفاً غريباً لاسيما من أجهزة الإعلام الغربية, فبينما توسعت شبكات التلفزيون في تغطية أخبار الحرب, فإنها نادراً ما كانت تشير إلى ما يجرى ضد الفلسطينيين في الكويت.
وكانت الصحف أكثر موضوعية من وسائل الإعلام الأخرى, فقام القليل منها بتغطية الحملة الإرهابية الكويتية ولكن تلك التغطية لم تكن منتظمة أو مستمرة. والأهم من ذلك كله أن هذا الموضوع لا زال يتم تجنبه ليس فقط من قبل أجهزة الإعلام وإنما من قبل السياسيين في دول التحالف.
"As atrocidades do Kuwait começaram durante a crise de 1990, mas se intensificaram logo após o término da guerra, em 28 de fevereiro de 1991. A campanha de terror foi escondida do Ocidente por uma imprensa censurada e eufórica por causa da vitória. Enquanto as redes de televisão fizeram uma extensa cobertura da Guerra do Golfo, elas fizeram muito pouco para cobrir a ofensiva do Kuwait contra seus cidadãos de origem palestina. Alguns poucos jornais cobriram os eventos mais importantes, mas não o fizeram de forma sistemática. O mais importante é que este tema ainda é evitado não só pela mídia, mas também pelos líderes da coalizão."

بعض المسؤولين الكويتيين, ومنهم سعيد عبد العزيز أبو عباس الذي كان يعمل في وزارة لدفاع, بأن عدد الفلسطينيين الذين سيسمح لهم بالإقامة في البلاد لن يتجاوز 30,000 نسمه.
"Algumas autoridades do Kuwait, como Abdul-Aziz Abu-Abbas, do Ministério da Defesa, revelaram desde o início que apenas 30.000 cidadãos de origem palestina seriam autorizados a ficar."
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Líbano: proibição de exercer mais de 70 profissões

Da al-Jazira:
"Restrições de trabalho:  
Parte do problema é que os refugiados são impedidos de exercer certas funções.  
Estas restrições impostas sobre os 400.000 refugiados palestinos no Líbano foram se acumulando desde o fim da guerra civil nos anos 90. Eles estão proibidos de exercer 73 categorias de trabalho, incluindo profissões como medicina, direito e engenharia.  
Eles não estão autorizados a possuir propriedade -- ao contrário de outros estrangeiros -- e não têm acesso ao sistema de saúde do Líbano."
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Jordânia: revogação da cidadania

Do al-Arabiya:
Para o ex-cidadão jordaniano Abu Akram al-Reish a realidade de se tornar, do dia para noite, um apátrida sem qualquer documentação que prove a sua existência legal foi uma realidade muito dura que ele e sua família tiveram que enfrentar desde 2008. Embora tenha nascido e crescido na Jordânia, o seu calvário começou quando ele foi convocado pelo Ministério do Interior jordaniano e foi obrigado a entregar seu passaporte, sua carteira de motorista e sua carteira de identidade. Não lhe ofereceram nenhuma explicação e ele foi praticamente expulso do Ministério. 
A revogação da cidadania de cidadãos jordanianos de origem palestina começou quando o falecido rei Hussein cortou os vínculos jurídicos e administrativos entre a Jordânia e o seu próprio território ocupado da Cisjordânia, em julho de 1988.  
Na opinião do Bassam Badareen, que é um dos principais especialistas nesta questão e é o chefe da sucursal do al-Quds al-Arabi em Londres, este e muitos outros casos similares mostram como há uma clara discriminação contra os palestinos na Jordânia. "A desnacionalização de cidadãos jordanianos é realizada por instruções secretas de um comitê secreto dentro das agências de inteligência e de segurança, e seu único propósito é assustar os palestinos na Jordânia para que não exijam seus direitos civis e eleitorais".
Não há dados oficiais sobre o número de "palestinos" na Jordânia pois o governo não os divulga, mas estimativas vão de 50% a 70% do total da população do país:

يخطط العاهل الاردني لاتخاذ سلسلة من الخطوات لاحباط أي محاولة لإعادة توطين اللاجئين الفلسطينيين في المملكة والذين يشكلون نحو 70% من سكان المملكة.

Também não há dados oficiais sobre o número de cidadãos jordanianos que tiveram sua nacionalidade revogada, mas jornais falam em 40.000 -- e mais 1.6 milhão podem passar pelo mesmo problema:


وحسب التقرير فان نحو 40 الف فلسطيني فقدوا وضعهم كمواطنين أردنيين في الأشهر الأخيرة

De acordo com o jornalista árabe-israelense Khaled Abu Toameh e com o ativista político jordaniano de origem palestina Mudar Zahran, na época da implementação da lei que revoga a nacionalidade de jordanianos o ministro do interior do país, Nayef al-Kadi, declarou:
"Nosso objetivo é impedir Israel de esvaziar os territórios palestinos de seus habitantes originais [...] deveriam nos agradecer por tomar esta medida [...] estamos cumprindo nosso dever nacional, porque Israel quer expulsar os palestinos de sua terra natal." 



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