sábado, 21 de abril de 2018

Argumentos a favor do casamento gay

"Casamento é um direito"

O casamento é uma restrição de liberdade, e não um direito. Ou seja, o governo intervém em uma relação entre indivíduos, limitando liberdades e prescrevendo obrigações para com seus cônjuges, tirando direitos que esses indivíduos teriam se não fosse pelo casamento. 

O casamento é uma instituição civil/religiosa que todas as sociedades através da história reconheceram como a melhor maneira de legitimar e proteger os filhos, bem como para solidificar conexões familiares. Leis de casamento simplesmente reconhecem uma instituição que precede a criação do próprio estado. 



"Legalização do casamento gay é questão de igualdade perante a lei"

As leis de casamento não são fruto da lógica, mas da experiência. Elas evoluíram ao longo de séculos de experiência com casais de sexos opostos -- e os filhos que resultam de tais uniões. A sociedade participa nas decisões tomadas ao restringir as opções dos casais, a fim de proteger o melhor interesse tanto das crianças quanto da própria sociedade.

A sociedade não tem essa participação no resultado de uma união entre duas pessoas do mesmo sexo. Transferir todas essas leis para uma uni
ão entre pessoas do mesmo sexo não faria mais sentido do que transferir as regras do beisebol para o futebol.

Al
ém disso, homens e mulheres estão, inerentemente, em posições muito diferentes dentro de um casamento. O fato de que apenas as mulheres engravidam significa que as situações para homens e mulheres nunca serão as mesmas, não importa o tanto de "linguagem neutra de gênero" usada. As leis devem responsabilizar ambos pelo bebê que ela sozinha terá. Essa consideração também não se aplica às uniões homossexuais.

O argumento de que as leis de casamento atuais "discriminam" contra homossexuais confunde a discriminação contra pessoas por distinçoes entre diferentes tipos de comportamento.
Todas as leis distinguem entre diferentes tipos de comportamento. Que outro propósito tem a lei?

Pessoas são tratadas da mesma forma, mas seus comportamentos não são. Leis que proíbem bicicletas de serem usadas em estradas obviamente têm um efeito diferente em pessoas que têm bicicletas, mas que não t
êm carros.
Mas isso não é discriminação contra uma pessoa. O ciclista que entra em um carro é tão livre para dirigir na estrada quanto qualquer outra pessoa.

A questão não é se os gays deveriam poder se casar. Muitos gays já se casaram com pessoas do sexo oposto. Por outro lado, mesmo heterossexuais que desejarem se casar com alguém do mesmo sexo, seja por motivos políticos ou econômicos, serão proibidos de fazê-lo, assim como os gays.




"Amor é amor"

Amor nunca foi fator determinante para o casamento, mesmo porque é impossível legislar ou determinar condutas com base em sentimentos. 

A instituição do casamento é baseada em relações heterossexuais pois elas estão ligadas à procriação. O óbvio e único prosseguimento para essa linha de raciocinio é que, onde a procriação é, em princípio, impossível, o casamento é irrelevante. E esse é o argumento fundamental em um sentido cívico contra o casamento homossexual em uma sociedade secular. 

O governo não deve regulá-lo, já que é uma questão pessoal, nem deve oferecer nenhum benefício, já que ele não traz nenhum benefício para a sociedade. O  governo tem, teoricamente, um interesse na produção da próxima geração, algo que as relações homossexuais são incapazes de proporcionar.



 "Já que o casamento é baseado na procriação, então idosos e inférteis não deveriam poder se casar"

A procriação é, em princípio, a razão da instituição do casamento.
"Em princípio" significa "relativo à definição de", e não "relativo às circunstâncias específicas".

Os seres humanos raciocinam por meio de conceitos e definições. Nós também fazemos leis por meio de definições. E se você não sabe como operar com respeito a essas definições, você não pode legislar.

Um indivíduo que é impotente ou infértil não altera a definição de casamento, em princípio, porque entre um homem e uma mulher, em princípio, a procriação é sempre possível, e é essa possibilidade que deu origem à instituição do casamento em primeiro lugar e como uma questão de direito.

Mas quando é impossível em princípio, como entre dois machos ou duas fêmeas, você não está falando de algo que é apenas incidentalmente impossível. É impossível em princípio.

E isso significa que, se você disser que isso é um casamento, você está dizendo que o casamento pode ser entendido, em princípio, além da procriação. Então você mudou a definição de casamento de tal forma que ela acaba por destruir a necessidade da instituição, já que a única razão para sua existência nas sociedades humanas era regular, de um ponto de vista social, as obrigações e as responsabilidades concomitantes sobre a procriação.



"Não reconhecer casamentos gays é similar ao que era feito nos EUA durante a segregação, quando negros e brancos não podiam se casar"

Comparações e analogias com proibições contra o casamento interracial são falhas. Raça não faz parte da definição de casamento, sexo sim. A proibição do casamento interracial é uma proibição das mesmas ações que seriam permitidas caso a raça das pessoas envolvidas fosse diferente. É uma discriminação contra pessoas, e não contra ações.




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