quarta-feira, 30 de maio de 2018

"Hitler era cristão"

Na cultura popular os nazistas são muitas vezes rotulados como cristãos alemães. Alguns argumentos usados na tentativa de provar o ponto vêm da própria propaganda nazista, que foi projetada para seduzir um país nominalmente cristão à sua ideologia.
Os nacional-socialistas se apropriaram de conceitos e símbolos ao adotar um "cristianismo positivo" não confessional sob sua plataforma partidária, representavam Jesus como um guerreiro ariano e atacavam as igrejas tradicionais, tanto católicas quanto luteranas, por terem distorcido o cristianismo.
Hans Kerrl, o Ministro nazista para Assuntos da Igreja, explicou que o Cristianismo Positivo "não é dependente do credo apostólico" nem depende da fé em Cristo como o filho de Deus, e que era representado pelo Partido Nazista: "O Führer é o arauto de uma nova revelação"   
(Rise And Fall Of The Third Reich: A History of Nazi Germany - William L. Shirer)

Uma fonte importante para avaliar as verdadeiras posições de Hitler quanto ao cristianismo é a série de declarações feitas por ele durante a Segunda Guerra conhecidas como Discussões de Mesa na Sede do Führer (Tischgespräche im Führerhauptquartier), que foram transcritas entre 1941 e 1944. 
As palavras de Hitler foram gravadas por Heinrich Heim, Henry Picker e Martin Bormann, e posteriormente publicadas por diferentes editores, sob diferentes títulos, em três idiomas.

O material, que foi registrado no quartel general do Führer, aborda temas como guerras, relações internacionais e também esclarece as posições de Hitler sobre religião, cultura e filosofia, aléde suas aspirações pessoais e sentimentos em relação a seus amigos e inimigos.
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Há um debate em andamento sobre o quão confiáveis são as traduções quando se trata da versão em inglês, que foi traduzida de uma versão anterior em francês, e não do original em alemão.  
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Sobre o cristianismo:
A melhor coisa é deixar o cristianismo morrer uma morte natural... O dogma do cristianismo se esvai diante dos avanços da ciência...
As instruções de natureza higiênica dadas pela maioria das religiões contribuíram para a fundação de comunidades organizadas. Os preceitos ordenavando que as pessoas se lavassem, evitassem certas bebidas, jejuassem em datas marcadas, se exercitassem, se levantassem com o sol, subissem ao topo do minarete — todas essas eram obrigações inventadas por pessoas inteligentes.
A exortação para lutar corajosamente também é autoexplicativa. Observe, a propósito, que, como um corolário, foi prometido ao muçulmano um paraíso povoado por garotas sensuais, onde o vinho fluía em riachos — um verdadeiro paraíso terrestre. Os cristãos, por outro lado, declaram-se satisfeitos se depois de sua morte eles estiverem autorizados a cantar aleluias! ... O cristianismo, é claro, atingiu o auge do absurdo nesse respeito. E é por isso que um dia sua estrutura entrará em colapso. A ciência já impregnou a humanidade. Consequentemente, quanto mais o cristianismo se apega aos seus dogmas, mais rapidamente ele declinará.

Colaboradores de Hitler, como  Joseph Goebbels, Albert Speer e Martin Bormann, confirmam o desdém que Hitler nutria pela religião, enquanto o general Gerhard Engel afirmou o oposto ("Eu sou agora, como antes, um católico, e sempre permanecerei assim").
"Você vê, tem sido a nossa infelicidade ter a religião errada. Por que não temos a religião dos japoneses, que consideram o sacrifício pela pátria como o bem maior? A religião maometana também teria sido muito mais compatível conosco do que o cristianismo. Por que o cristianismo com sua mansidão e flacidez?"
Albert Speer, Ministro de Armamentos e Produção de Guerra de Hitler  Inside the Third Reich, pg. 96 



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