domingo, 13 de maio de 2018

"Os árabes não podem ser anti-semitas porque eles mesmos são semitas"

Antes de qualquer coisa, deve-se ter em mente que 'semita' é um termo lingüístico.

Considerando a etimologia da palavra, anti-semitismo (ou antissemitismo) significaria, portanto, aversão aos semitas 
– segundo a Bíblia, os descendentes de Sem,  grupo que compreende os hebreus, assírios, árabes, arameus e os fenícios.

O termo "semita" foi cunhado pelo historiador alemão August Ludwig von Schlözer para se referir a família de línguas das quais fazem parte o idioma hebraico, assim como o árabe, o u
garítico, o acadiano, o amárico e o aramaico. 
O termo deriva do nome Sem (Shem no hebraico), filho mais velho de Noé e ancestral dos israelitas de acordo com a genealogia bíblica. Entretanto, já que de acordo com essa mesma genealogia povos falantes de línguas semíticas descendiam de Ham, e não de Sem, o termo "semita" não deveria ser entendido como étnico, só como lingüístico.

Já o termo 'anti-semita' foi cunhado na Alemanha em 1879 pelo escritor Wilhelm Marrih (Marr) 
 ele próprio um anti-semita  numa altura em que a ciência racial estava na moda no país, para se referir às manifestações antijudaicas da época e dar ao ódio aos judeus um nome que soasse mais científico, substituindo assim o termo usado até então  Judenhass ("ódio aos judeus").

O significado de 'anti-semitismo' foi aceito e compreendido como ódio aos judeus. Os dicionários definem o termo como: "Teoria, ação ou prática dirigida contra os judeus" e "hostilidade contra judeus como minoria religiosa ou racial, geralmente acompanhada de discriminação política, econômica e social".

O argumento de que os árabes, como "semitas", não têm como ser anti-semitas é uma distorção semântica que ignora a realidade da discriminação e da hostilidade árabe contra os judeus. 


Não se deve confundir árabes com muçulmanos, pois existem árabes (ou, nesses casos, arabizados) não-muçulmanos, como os coptas, maronitas etc. e muçulmanos não-
árabes, como iranianos, indonésios e indianos.

Também os egípcios, libaneses, sírios, iraquianos, marroquinos e argelinos (entre outros) não são etnicamente árabes, apenas culturalmente 
 ou seja, arabizados. (Ver ARAB IMPERIALISM: THE TRAGEDY OF THE MIDDLE EAST)

Árabes são os nativos da península Arábica 
 Arábia Saudita, Iêmen, Kuwait, Catar, Omã, Emirados Árabes Unidos e Bahrein.


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